terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Náufragos



Ilhado,é assim que me sinto
e pra onde quer que eu olhe só vejo o nada
e dentro de mim a impressão de que se tentasse sair
morreria na praia antes mesmo da primeira braçada
Eu penso que lá no horizonte,bem distante,
num lugar que á princípio parece inalcançável
talvez exista alguem que me entenda,
alguem que esteja olhando pra cá e vendo o mesmo que eu:
o mais absoluto nada
e se essa pessoa existir certamente se parece comigo,
certamente é um naufrago que nunca esteve num navio
e que anda se afongando,mesmo em terra firme
se essa pessoa existir certamente tem os mesmos defeitos que eu
tambem deve se responder antes mesmo de se perguntar
e certamente sorri,quando na verdade deveria chorar
e assim como eu,olhando pro horizonte essa pessoa se entristece
ao pensar que possa existir alguem com esse mesmo vazio
e sente vontade de se arriscar a pelo menos um sinal de fumaça,
um aceno,que seria ineficaz.Talvez uma mensagem numa garrafa
que num mar sem correntes nao chegariam ao destino jamais.

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